sobre a redoma de vidro 
ser e viver de forma autêntica é um importante elemento na saúde mental, e Esther demonstra que estar de acordo com quem realmente é é um ponto de grande angústia para ela, por isso, recai a uma experiência de inautenticidade, como uma perda de seu ser. Dessa forma ela não estaria encarando diretamente uma realidade onde ela tem de ser cada vez mais ela mesma. Esther constantemente se coloca em um movimento dissociativo diante de seu ser como mecanismo de enfrentamento ao estar no mundo. 
 ela se depara com essa inautenticidade e parece que por um lado quer se proteger e por outro trazer à tona a autenticidade. 
 a redoma de vidro é como ela se sente, presa, sufocada, distanciada do mundo e dos outros, talvez até de si mesma. Com a percepção nebulosa, ela não conseguia enxergar as possibilidades existenciais. 
 sem se reconhecer de forma autêntica escolher era uma de suas maiores dificuldades. Temos aqui a metáfora da figueira, que cresce com muitos galhos e da qual ela queria provar todos os frutos, mas sabia que ao escolher um todos os outros precisariam ser abandonados. Presa em sua redoma de vidro distante do mundo e distante de si, não havia liberdade, ela estava condenada a escolher ou morreria de fome.
 a angustia agiu como mecanismo de atualização, em prol do reconhecimento de sua liberdade, se colocando assim no mundo em relação com os outros e reconhecendo possibilidades de existência autênticas.
 e a batida de seu coração em um ritmo e sonoridade poética que diz para seus ouvidos “eu sou, eu sou, eu sou” é como um contramovimento em favor de suas vias autênticas de ser, relembrando a poesia como expressão de encontro com a própria existência. Quando em contato consciente com seu ser Esther se possibilita seguir o rumo da vida no sentido natural de desenvolvimento saudável. Como uma abertura para a experiência e fluxo da vida.

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